Código, sintomas, indiferença

Mais de metade da turma jurava a pés juntos que O Código Da Vinci provava que Jesus tinha casado com Madalena, etc e tal. E estava inteiramente disposta a tirar satisfações ao padre da paróquia sobre o escândalo de um segredo destes escondido durante dois mil anos. A outra metade ou não tinha visto ou tanto lhe fazia, umas porque acreditavam, independentemente de tudo, outras porque não acreditavam, independentemente de tudo.
Lá fiz o meu número de professor: a incerteza histórica, a probabilidade histórica, a dimensão ficcional, o filme e o livro como sintomas de questões não-resolvidas da contemporaneidade. No fim, encolher de ombros e regresso à indiferença. Moral da história: nestas coisas da religião (e não só, parece-me), a guerra é sempre de um absoluto contra outro absoluto, o pensamento da incerteza mobiliza apenas uns poucos.

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