Jasmine

Aos primeiros acordes irrompeste em lágrimas. Não era a música, apenas as circunstâncias, o curto-circuito com a realidade, com aquilo que na realidade te faltaria agora para sempre. A música fez-se ouvir depois, calando as lágrimas, sentando o teu corpo por dentro, abrindo-te no rosto uma luz breve de aceitação – nada de kitsch sentimental, apenas  a sobriedade poética de uma balada. Outro mundo, continuando na realidade este. Poucos o conseguem verdadeiramente. E menos vezes ainda temos a oportunidade de o saber com esta clareza involuntária, e por isso certa.

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