tag:blogger.com,1999:blog-234843982024-03-05T11:58:51.164+00:00ManchasLuís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.comBlogger2148125tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-4733288064287908782013-03-10T16:10:00.000+00:002013-03-10T16:10:04.707+00:00Isto dito, continuarAlgumas almas benévolas pensavam que o meu génio<br />
fora de algum modo prejudicado pela loja.<br />
Mas não era verdade.<br />
A verdade era só esta:<br />
eu não tinha inteligência que chegasse.<br />
<br />
Edgar Lee Masters, <i>Spoon River</i>, trad. José Miguel SilvaLuís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-74968921769172510402013-02-04T00:15:00.000+00:002013-02-04T00:15:38.653+00:00Alberto Pimenta, de nadaDe regresso à grande poesia política como os grandes poetas sempre a praticaram: rosnando ferozmente à atualidade com as patas bem assentes em tudo o que a cultura do passado rosnou às atualidades que historicamente nos foram calhando. Se há alguma coisa que a poesia política sabe sobejamente é isto: não há paraíso perdido; a grande criação humana existe desde sempre; a grande estupidez humana existe também desde sempre e é dotada de uma inteligência deveras letal. <i>A Europa de hoje como IV Reich</i> (o verso não tem esta ordem sintática, mas o seu sentido é este) é exemplo bastante disso. A ela pertence esta obra grande, como na teologia se dizia que onde o pecado abunda, a graça superabunda.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnSRSwgwwbChAJgt7XmDtzczeoWYA6AjiFRDs4ZlaDPuNwmTX-yhSAJC3uJCW0ofBbZca82yz5AkZx3YGzepCY_SNgsg_wuCzwohpXCXQkCrhCtC0U-qEBsSpLs0tv6povGs4DWA/s1600/IMG+Alberto+Pimenta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnSRSwgwwbChAJgt7XmDtzczeoWYA6AjiFRDs4ZlaDPuNwmTX-yhSAJC3uJCW0ofBbZca82yz5AkZx3YGzepCY_SNgsg_wuCzwohpXCXQkCrhCtC0U-qEBsSpLs0tv6povGs4DWA/s200/IMG+Alberto+Pimenta.jpg" width="133" /></a></div>
Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-88754030738157635842013-01-29T19:54:00.005+00:002013-01-29T19:55:55.814+00:00Um princípio político simples: tudo poder ser para todos, tudo mesmo<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhix_LLYX9tavUpybTtcLgIp6gEAbFxqI-1BKaq6qikeV7wok1zZRytWAU1z_GUJ6j4_2to0iRoUGIz3GrlmUXOQk97qccjVgAHO-eIAZzTu8HSEv_pKExMyMdpfwEFmHwKxGZzJA/s1600/LIBE__1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhix_LLYX9tavUpybTtcLgIp6gEAbFxqI-1BKaq6qikeV7wok1zZRytWAU1z_GUJ6j4_2to0iRoUGIz3GrlmUXOQk97qccjVgAHO-eIAZzTu8HSEv_pKExMyMdpfwEFmHwKxGZzJA/s640/LIBE__1.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">do dossier do <i>Libération</i>, em vésperas da discussão do casamento para todos</td></tr>
</tbody></table>
<br />Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-46430275034668209252013-01-25T12:46:00.001+00:002013-01-25T12:46:45.062+00:00Agora por outro flancoQuem nunca foi coisa que atire o primeiro coiso.Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-51156933598364855282013-01-25T12:43:00.001+00:002013-01-25T12:43:59.867+00:00Quem?Quem nunca foi coiso que atire a primeira coisa.Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-18471618310920746532013-01-24T11:18:00.001+00:002013-01-24T11:18:32.190+00:00Mais fábulaÉ bem verdade que o coração humano bombeia mais fábula do que sangue.Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-14908303772316021692013-01-21T22:48:00.001+00:002013-01-21T22:48:45.593+00:00Reler os clássicos: Alberto Pimenta com Raul Brandãomas que adiantava<br />
neste mundo<br />
onde os criminosos se instalaram<br />
com a sua conhecida lei<br />
dos 3 magos do Ocidente<br />
<br />
Elias<br />
Melias<br />
Melambes<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">[Alberto Pimenta, <i>de nada</i>, 2012]</span>Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-86624899961445503792013-01-17T10:34:00.002+00:002013-01-17T10:34:57.907+00:00Jim Hall & Pat MethenyDois tempos, duas sonoridades (e quanto a sonoridade de cada um, vindo de um génio próprio indiscutível, vem também do tempo que lhes calhou, seria uma outra conversa). Entre gigantes é usual o diálogo de surdos ou a amabilidade "agora brilho eu, logo a seguir brilhas tu". Aqui, porém, há transfiguração. Cada um parte do seu próprio território, até na escolha e repartição dos temas, mas vão-se encontrar naquilo que cada um abre para a frente de si mesmo. Não aquela homenagem de admiração mútua - olha só para mim a tocar à <i>tua maneira</i> -, mas uma dança que segue uma música em estado permanente de nascença. E como sempre nestes casos, a perfeição é absolutamente despojada e simples.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF35JxvIhrA3zUGQM4PgoGLo5NgM8X-RTHuHW4arUl5R0I7c2EPwd98hn54KBX6wcekghdXdwHRqIeIx4Fjpx9atqThvgRkPBIin15hLOv54chyphenhyphen83xRKW2BKAvhMdpDSok_FJHwg/s1600/Jim-Hall-Pat-Metheny-Jim-Hall-Pat-Metheny-2011-FLAC.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF35JxvIhrA3zUGQM4PgoGLo5NgM8X-RTHuHW4arUl5R0I7c2EPwd98hn54KBX6wcekghdXdwHRqIeIx4Fjpx9atqThvgRkPBIin15hLOv54chyphenhyphen83xRKW2BKAvhMdpDSok_FJHwg/s320/Jim-Hall-Pat-Metheny-Jim-Hall-Pat-Metheny-2011-FLAC.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">da arca de 2012</td></tr>
</tbody></table>
Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-55861616696240398222013-01-15T23:48:00.000+00:002013-01-15T23:48:21.204+00:00Diogo Vaz Pinto, BastardoA juventude foi um mito fundamental da arte e da política do século XX. A juventude como lirismo ia de par com a ideia de um mundo que a cada nova geração se oferecia como uma infância disponível para todos os sonhos de futuro.Tudo isso acabou como normalmente acabam todas as coisas: transformando-se em outras sem grande escândalo nem grande proeza. Não fora o usual problema dos restos e talvez nem se desse assim tanto pela mudança.<br />
Em Diogo Vaz Pinto o problema dos restos é o de quem veio depois e recolhe notícia vagamente elegíaca dessa idade que foi costume existir em outros, precisamente a juventude: <i>Se alguma vez fomos jovens, foi já / num tempo em que a paixão arrefecia. / Ficámos só para estudar o eco daqueles / que se deitavam com os deuses.</i><br />
Vagamente elegíaca, não lutuosa, não melancólica. Em vez da dimensão da queixa, o movimento de ironia que assume ter-lhe calhado nada em lugar do sublime: <i>É bom que seja demasiado tarde e já / não voltes. Teremos sempre a banalidade / do fim.</i><br />
É certo que estes versos não se isentam por completo de alguma ambiguidade. Mas poucos terão este firme desgosto do presente sem procurarem qualquer nostalgia compensatória no passado: <i>Na posse da noite que me resta, / em plena posse dos meus poderes, tenho/ só a dizer que, obviamente, me demito</i>.<br />
E como sempre, um radical metafísico não deixa de ser um perigoso radical político. Que alguém se demita<i> </i>é uma ofensa monstruosa para quem nos quer convencer do inevitável.<br />
<br />
<br />Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-85500690898972355072013-01-14T23:27:00.000+00:002013-01-14T23:27:22.810+00:00Os cães<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCqVyuff6V7oQ0q4NZ4UYebEK47caHurV7WdEp8sWPolDKOd0z35LWgWN-5pxR5M52258D79Abj-EiDERzFzRUtgS9tUvCxofC4qBXUu0K4v3ycFTF3HLN48EohrkKmj8e0XguGw/s1600/Co%CC%81pia+de+fotografia.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCqVyuff6V7oQ0q4NZ4UYebEK47caHurV7WdEp8sWPolDKOd0z35LWgWN-5pxR5M52258D79Abj-EiDERzFzRUtgS9tUvCxofC4qBXUu0K4v3ycFTF3HLN48EohrkKmj8e0XguGw/s400/Co%CC%81pia+de+fotografia.JPG" width="298" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Gonçalo M. Tavares, <i>Canções Mexicanas</i></td></tr>
</tbody></table>
<br />Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-22373992715534828282013-01-14T23:08:00.000+00:002013-01-14T23:08:15.642+00:00O gato<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4MAPjlnoKlYi5BajxxI-CQep1qMtw8uvPfxFP039ECg8mUYqoLbgawroEjz-OfVn7hkgHvYkXl2DQYupGciTrqGUuf2jI-TH3L006PYGng5nYJov97nQna-1GkKELQqzGwD9Xkw/s1600/fotografia.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4MAPjlnoKlYi5BajxxI-CQep1qMtw8uvPfxFP039ECg8mUYqoLbgawroEjz-OfVn7hkgHvYkXl2DQYupGciTrqGUuf2jI-TH3L006PYGng5nYJov97nQna-1GkKELQqzGwD9Xkw/s1600/fotografia.JPG" /></a></div>
<br />Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-39893432889782542782013-01-14T02:12:00.001+00:002013-01-14T02:15:56.638+00:00Cães e gatosQuando peguei no marcador do gato não sabia que os cães seriam tão importantes no livro. O mundo é demasiado pequeno, e o sentido nele ainda mais diminuto. Coincidências, oposições, alheamentos ostensivos - tudo equívocos, impossivel evitar os equívocos quando coexistimos como sardinha em lata. Um espaço saturado é um sentido saturado.Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-472906821873376552013-01-13T18:42:00.000+00:002013-01-13T18:42:00.496+00:00levanta as suas âncoras rosadas<i>Sobe nos estores a impressão</i><br />
<i>de uma retirada: a tarde </i>levanta<br />
as suas âncoras rosadas<i> e parte, deixa</i><br />
<i>ao frio todos os vestígios.</i><br />
<br />
Os versos de Diogo Vaz Pinto comportam ostensivamente versos de outros, identificados pelo itálico. Não nos é dito de quem sejam, e isso é o que menos aqui importa, porque são apenas versos que já existem antes, esse horizonte no qual assomamos com a voz a que (impropriamente) chamamos nossa. O peso da história transformado em material disponível, adaptável, pronto a incorporar outra história sem perder por completo a memória da sua própria origem. O dispositivo tem potencialidades óbvias, mas como sempre tudo depende da égide do <i>momento</i>.<br />
No exemplo acima, sem que eu consiga identificar a proveniência dos versos incorporados, levantar âncoras rosadas é imediatamente grego, mesmo que o não seja, e impressão de retirada nos estores é esta urbanidade de altos prédios e múltiplas gavetas incomunicáveis, mesmo que o não seja. O que nos resta de alma vem do seu cruzamento, mesmo que na <i>realidade </i>(ui, a realidade) não haja cruzamento nenhum. Por isso estremecemos nestes versos, como vestígios deixados ao frio. Estamos vivos <i>assim</i>, neste cruzamento, aqui e agora. <br />
<br />Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-27865172537643776582013-01-11T20:35:00.001+00:002013-01-11T20:35:32.287+00:00Enquanto se esperaRua transversal ao centro da cidade, 6 lojas fechadas definitivamente, 2 ainda abertas. Carro parado no topo norte, vista sobre a rua inteira. 11h da manhã.<br />
Um cão. Pausa. Outro cão. Pausa. Um miúdo de mochila. Pausa longa. Duas miúdas com mochila. Pausa muito longa. Um homem apressado. Pausa muito longa.<br />
Pano.Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-44665000577772044062013-01-09T23:18:00.002+00:002013-01-14T11:25:35.039+00:00Driving Miss Laura # 33Hoje, no <i>Público:</i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3rIRQ4As-fU8pdWioHGwHcNY9wGmbjyXGo0RiY7YvHZzpAg2r46YNPD2WMejJ-Gq8wJJVFxdboD65EJ3cwwrrwDL8LtkWiF2wkJJyHeHO5vpUEGqLkkYcwr9LHWx2NXFOJ3jXFg/s1600/laura+SNS.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3rIRQ4As-fU8pdWioHGwHcNY9wGmbjyXGo0RiY7YvHZzpAg2r46YNPD2WMejJ-Gq8wJJVFxdboD65EJ3cwwrrwDL8LtkWiF2wkJJyHeHO5vpUEGqLkkYcwr9LHWx2NXFOJ3jXFg/s400/laura+SNS.png" width="182" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-3346637758113141572013-01-08T23:11:00.000+00:002013-01-08T23:11:28.212+00:00Em momentos não menos certos<i>Nas horas mais difíceis, a alma descansa inteira na carne. </i>Versos de Diogo Vaz Pinto, em <i>Bastardos</i> (Averno, 2011). As palavras certas no momento certo. O acaso inverso de muitas outras, tão erradas em momentos não menos certos.Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-49105413619793417302013-01-08T23:03:00.000+00:002013-01-08T23:03:52.301+00:00O que lês?Primeiro, leio o movimento do medo: a alma vem até à carne, o dentro vem à superfície mais exposta. Não há outro lugar para onde ir, não há mais dentro do dentro. Como um fumo que invade uma casa: ninguém se esconde no meio do fumo, no meio do fumo apenas se morre.<br />
Depois leio a possibilidade mais escandalosa: expulsos pelo medo, descansamos inteiros na carne exposta. Verdadeiramente, nada mais nos resta senão isso. Mas não é fácil sabê-lo. Menos ainda estar <i>lá</i>, descansando inteiro.Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-56092507676109341762013-01-03T19:51:00.002+00:002013-01-03T19:51:32.560+00:00Como lês?<div style="text-align: left;">
Podes acentuar a angústia dentro do tempo, e a tua voz descerá <i>nas horas mais difíceis</i>.</div>
<div style="text-align: left;">
Podes por momentos sentar-te no mundo e a tua voz será longa e pesada em <i>descansa</i>.</div>
<div style="text-align: left;">
Podes olhar ao longe e a tua voz estará de pé em <i>inteira</i>.</div>
<div style="text-align: left;">
Não podes acentuar <i>alma</i> nem <i>carne</i>, são a estrutura da tua suposta condição. Mas movem-se conforme acentuares os outros elementos. </div>
<br />Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-81604590120053364362013-01-02T23:14:00.000+00:002013-01-02T23:14:08.978+00:00Nas horas<i>Nas horas mais difíceis, a alma descansa inteira na carne.</i> Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-48357057012589323042013-01-02T12:42:00.000+00:002013-01-09T09:24:12.863+00:00Hiato<div style="text-align: justify;">
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</style><span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Apenas para não continuar simplesmente, embora no
fundo seja apenas continuar simplesmente: 13-06-2011 a 02-01-2013. Ah, esta
mania do tempo, da ordem possível, ladear o buraco negro de matéria
inteligível. E tudo isso ser apenas exterior, nós enquanto exterior, nós
descansando de nós mesmos. Tão necessário, mas na condição de tão só por breves
momentos.</span></div>
Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-41546438570672834072011-06-12T20:05:00.000+01:002011-06-12T20:05:56.203+01:00Comprar pela epígrafe<div style="text-align: justify;">"Depois, os dias passaram, um após o outro, sem que as questões fundamentais da vida tivessem tido solução." </div><div style="text-align: justify;">Friederike Mayröcker, convocado por Ingo Schulze para epígrafe de <i>Telemóvel. 13 histórias à moda antiga</i>.</div>Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-29000565853819507162011-05-14T10:32:00.001+01:002011-05-17T22:47:24.562+01:00Arigato<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlsy13kSRJ_mf-tpt4BDRg41dHxYkTCjk9yPsVmH_LldIbc964ZK83dSTkJcObd0eyXqcBEbxC2b-8cW_ezitEBzd90arFeNPgu7X8rFyNJbRhlEKEC_U0IZKmbLRQMVt6wZ2aUg/s1600/Pina.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlsy13kSRJ_mf-tpt4BDRg41dHxYkTCjk9yPsVmH_LldIbc964ZK83dSTkJcObd0eyXqcBEbxC2b-8cW_ezitEBzd90arFeNPgu7X8rFyNJbRhlEKEC_U0IZKmbLRQMVt6wZ2aUg/s400/Pina.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;">Regressa um homem à pátria e dá com isto: o Camões a conversar com o Pina ali para os lados da Foz, com muitos gatos e ainda mais livros à mistura. Claro que a felicidade existe, a dúvida irrestrita também, e o mundo fica um pouco mais em forma de assim. Ou algo da mesma substância.</div>Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-31911169180973988512011-05-10T16:14:00.000+01:002011-05-10T16:14:00.334+01:00A vida com árvores # 12À varanda<br />
dos teus ramos <br />
o mar sólido<br />
do céu.Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-78393286159206523242011-05-09T16:01:00.000+01:002011-05-09T16:01:07.675+01:00Mal de oficina 4ESTRAGON: Não acontece nada, ninguém vem, ninguém vai, é horrível!<br />
VLADIMIR (<i>para Pozzo</i>): Diga-lhe para ele pensar.Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-23484398.post-39867911516478452022011-05-08T18:23:00.000+01:002011-05-08T18:23:35.989+01:00Breaking news<a href="http://heterodoxias21.aterceiranoite.org/">Outro espaço, outra exigência</a>.Luís Mourãohttp://www.blogger.com/profile/07439691873211158009noreply@blogger.com0