Frases iniciais exemplares, de autores justamente esquecidos... #2

Está a ver, André, como eu tinha ainda mais razão do que aquela que generosamente me concedeu logo à partida? Sobre isso de nenhuma frase inicial ser realmente exemplar se não revelar a exemplaridade de um nome de autor? Eu usei um autor justissimamente esquecido, mas mesmo assim a sua seriedade levou-o a uma pesquisa para se certificar da existência de um autor que, por ter sido justissimamente esquecido, você nunca tinha ouvido falar. Quer dizer, desceu um degrau na escala da exemplaridade do nome de autor, mas recusou-se a descê-los a todos. Não terá de ser um grande autor, mas terá de ser autor — foi disso que o André se foi certificar. Claro que toda a gente percebe que há diferença entre um autor que existe e um autor que parece que nunca existiu — mas será que para este ponto essa diferença faz alguma diferença?
Mas estão-me aqui a dizer que já ultrapassei o limite de caracteres suportáveis para matérias altamente teóricas, de modo que digo apenas mais duas coisitas: a) não é justo que não acrescente o meu contributo à sua lista, esforcei-me tanto e tudo (snif, snif...); b) Jerónimo Bemposto existiu, e dele darei mais notícias em breve — o facto de não constar na Biblioteca Nacional lembra aquela história dos investigadores europeus que vinham por aí abaixo para consultar os inéditos de Pessoa, deparavam com uma gavetinha de registos e ficavam todos contentes, e quando já estavam de partida alguém os avisava caridosamente que havia imenso material não catalogado, e, mais que não catalogado, não localizado. A gente pensa que aquilo é a Arca de Noé, e a modos que sim, mas é muito desorganizada, e com o andar dos tempos deus tem-se descuidado o seu tanto com edições de autor e gráficas de vão de escada.

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