The falling man é um documentário impressionante. Aos que saltaram das torres — empurrados?, em consequência de mais explosões?, ou escolhendo conscientemente entre morrer queimado e o suicídio — , a sua morte começou por lhes ser retirada. O seu gesto foi rasurado, a sua suposta covardia apagada. Só houve lugar para vítimas soterradas e heróis dos escombros.
A questão é sempre: que nos pedem as vítimas? Que coisa está implícita no dever de não esquecer as vítimas?
Antes de mais, eu diria que nos exigem que as lembremos como humanas. Neste caso, como humanas que puderam ainda ser capazes de uma última e terrível escolha. Mas escolha legítima. Absolutamente.
Mas sobretudo, e muito mais difícil, exigem-nos que por sobre a dor sejamos capazes de continuar a pensar.

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