Referendo: o day after

Foi o que os mais cautelosos esperavam. Vitória clara do Sim, referendo não vinculativo mas com mais afluência do que o seu congénere anterior.
Pode começar a tratar-se do day after. Quatro notas a propósito:

1.Muito do sucesso da lei que consagre a despenalização dependerá da privacidade que for concedida às mulheres para a IVG.

2. Olhando o mapa dos resultados, e vendo que a norte do Douro, tirando a área metropolitana do Porto, o Não ganhou com alguma margem, pode-se colocar com legitimidade esta questão: estará o Estado preparado para fazer cumprir a lei em “território hostil”? Creio bem que tudo aí se perderá se não tornar a existir a militância silenciosa que foi necessária para implementar em algumas zonas o planeamento familiar.

3. De vez em quando Pacheco Pereira tem razão. Como quando afirmou que seguramente as coisas mudarão. Que amanhã (que é hoje) haverá menos medo. Traduzindo para os meus termos: Se isso não é mais democracia, o que será mais democracia?

4. Portugal continua a mudar. Entre os jovens com menos de trinta anos, o voto maioritário foi no Sim. São boas notícias para próximos combates.

0 comentários: