O vazio de uma casa # 2

Contaram-me que nos jardins japoneses não se desenham os arruamentos no projecto. Deixa-se que as pessoas os utilizem, e os arruamentos nascem da vida prática e material. Numa casa devia ser assim. Lugar virtual das mobílias até a vida prática definir os ângulos, as correspondências, as migrações. Mas tudo tem demasiado peso para deslocações posteriores. Um pouco como os actos passados da nossa existência. É por isso que a nossa vida não é um jardim, ainda que tenha partes ajardinadas (e apetecia-me dizer que isto não é propriamente uma metáfora, se isso não se tivesse de dizer de todas as metáforas...).

0 comentários: