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Luís Mourão
31.12.10 |
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Dear DR. LUIS MOURAO,
The run up to Christmas was even more hectic than usual this year - the not-so-nice side of the snowy landscape we enjoyed in England in December- and so the email I intended to write before Christmas did not materialise, but I didn't want to allow 2010 to end without sending you all an enormous THANK YOU for having supported us through the release of all the recordings we made of the Bach Cantata Pilgrimage, ten years after the tour and five years after the first release. It really meant so much to John Eliot, myself, and all the musicians who took part in this millennial adventure that so many bought into the idea and wanted to collect the CDs, and it is a good feeling to "turn the page" on the BCP and look to the future and many more Bach recordings still to come.
We haven't forgotten the promise to record the Ascension Cantatas - which we are struggling to schedule at the moment but will definitely come - and we are still in discussions to acquire the cantatas released on Deutsche Grammophon (although probably most of you will already own them....), but for the time being I can announce that this spring we shall be releasing a live recording of the St. John Passion recorded in the Königslutter Dom in 2003, with Mark Padmore as the Evangelist and many of the BCP main soloists as well as Bernarda Fink. We are also planning to record the Motets in the autumn, which will be released the following year.
An email from me would not be the same without some "boring" stuff, but I thought I would confirm that, although your subscription is now complete, as a BCP subscriber we will continue to offer you a discounted price and priority ordering on our future Bach recordings, and I shall email you before each release with more boring bits on how to go about it!
In the meantime I would like to send you our very best wishes for a wonderful New Year full of music and joy!
Isabella Gardiner
www.solideogloria.co.uk
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Luís Mourão
30.12.10 |
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Feliz ignorância — aquela que de repente nos conduz a um autor que sempre lá esteve e não sabíamos. Vasto mundo. Esgotamento da arte coisa nenhuma, apenas cansaço nosso — da arte errada (pode acontecer) ou do errado de nós (acontece demais).
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Luís Mourão
21.12.10 |
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Agora eu sou a mãe e tu és o filho. A história na antecâmara do seu desenlace.
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Luís Mourão
21.12.10 |
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A paciência meticulosa da morte, a indiferença com que adia para tempos que lhe sejam mais convenientes.
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Luís Mourão
18.12.10 |
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E à quinta temporada descarrilou de vez. Alguns diálogos têm ainda o humor corrosivo dos melhores tempos, mas o absurdo já entrou em águas da normalidade do baixo-poder. Foi bom enquanto durou.
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Luís Mourão
15.12.10 |
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"Nós não somos do século d'inventar as palavras. As palavras já foram inventadas. Nós somos do século d'inventar outra vez as palavras que já foram inventadas." [Almada Negreiros] E assim sucessivamente. Até já ser sabido e dizermos: acabou-se a paciência para essa retórica. E contudo, ser ainda preciso, mais uma vez, inventar as palavras que já foram inventadas. E assim sucessivamente.
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Luís Mourão
15.12.10 |
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Pediram-lhe um argumento, apresentou autoridade. Riram-se. Ofendido, apresentou mais autoridade, riram-se mais ainda. Depois mudaram de assunto e deixaram-no sozinho com a sua autoridade.
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Luís Mourão
14.12.10 |
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tens uma esferográfica preta?
semi-borrona.
não, normal.
normal não tenho quase nada, por estes dias.
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Luís Mourão
14.12.10 |
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Há dias que se prendem à memória
como se fossem o nome de um morto.
É o primeiro poema, mas é sobretudo verdade para a segunda parte do livro, "Retratos de mulheres", onde todo o amor é matéria de memória e distância, sem ser elegíaco nem impossível.
"Em cidade estranha" tem traços de flaneur, olho pictórico e uma alma estóica (quer dizer, sensível, não crente, não desesperada).
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Luís Mourão
8.12.10 |
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Um encontro talhado no céu, é assim que se diz?
Do primeiro disco falaremos depois. Mehldau musicou sete poemas de amor para mezzo-soprano e piano, Otter está nos seus domínios, e é bem provável que Mehldau tenha triunfado por inteiro onde outros (Jarrett e em parte Hancock) falharam. Para ouvir devagar e com outra disponibilidade que agora não tenho.
O segundo disco é mais jazzístico, Mehldau enorme e Otter... — bem, quem não a conhecesse perguntaria: "mas de que fora do tempo tão dentro desta música veio esta voz?". Para já, assim a uma primeira audição, duas obras-primas nesta segunda parte jazzística: Marcie (Joni Mitchell) e Calling you (Bob Telson). Vá, e uma terceira, por causa do touch dele e do riso dela: Blackbird (Lennon e McCartney).
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Luís Mourão
7.12.10 |
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Seria injusto não referir a parte de cinema. Actores em absoluto estado de graça. Rostos como pensamento. Uma câmara que lê devagar.
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Luís Mourão
6.12.10 |
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tudo nasce, tudo morre e nada grita
mais alto do que o vento sobre as árvores
[Daniel Francoy, Em cidade estranha, Artefacto]Ainda, e sempre, o vento lá fora.
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Luís Mourão
5.12.10 |
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Pegue no Chopin. Desmonte, retire, altere, acrescente, remonte — crie. No fim, deve soar como escrito de raiz. Melhor, improvisado na hora. Jazz puro. Um dos discos do ano, muito bem entre o Jarret-Haden jasmine e o ten Moran.
8
Luís Mourão
4.12.10 |
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O que escolhe ou o que se escolhe em nós quando escolhemos é um belo mistério. Para aqueles que sabem que há um mistério nisso, claro. Esses que sabem não perguntam porquê, dispõem-se a ouvir uma história, talvez até a acompanhar-nos na nossa história. Não perguntam por razões, sabem que as razões não explicam o essencial. Os outros — bem, os outros ajuízam. O tribunal do senso comum, ou pior ainda, a estupidez do completo auto-desconhecimento de si mesmos.
7
Luís Mourão
4.12.10 |
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Vergílio Ferreira dizia que os místicos nada tinham a ensinar-lhe. Não era sobranceria, era comunhão num mesmo pathos da interrogação deslumbrada da existência e da aceitação louca da felicidade paradoxal do mundo.
Não quero rasurar o religioso do filme. Humanos de credos diferentes que rezam juntos, um arrojado discurso sobre o sentido da encarnação — uma humanidade que existe enquanto diferença e singularidade —, uma ética que toma as suas decisões passo a passo e conquista com sobriedade o seu limite no lugar de resistência que escolheu.
Mas o que sobretudo me importa no filme é esse lugar humano onde a vida pode ser coisa diferente disto. O valor do silêncio e da palavra necessária, do ritual e dos caminhos aleatórios, da extrema concentração e do riso leve, da decisão mais torturada e da paz de ter decidido. Uma vida que, para se cumprir, não necessita de dominar ou explorar outra vida. São monges, estes homens? Sem dúvida. Mas são também uma história de humanidade que poderia ser contada com outras crenças ou ausência delas, e com outros intervenientes. Da mesma forma que, infelizmente, estas mesmas supostas crenças ou ausência delas poderiam ser uma história de desumanidade.
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Luís Mourão
4.12.10 |
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Devo ser (ou estar) entre o insociável e o inamigável. Perdoem-me, não frequento. Não percebi ainda a vantagem de tudo isso. Gosto muito de vocês mas vou continuar a declinar. Têm o meu telemóvel e o mail, acho que é suficiente. Ofereço-vos a privacidade, acho que é o bem maior.
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Luís Mourão
2.12.10 |
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"Não devia ser engraçado. Simplesmente, não devia. Mas de facto é."
Tão portentosa imaginação para a morte não diz assim tão mal da vida, bem pelo contrário. Em todo o caso, o humor negro é um privilégio, só concede as suas graças a quem o mereça.
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Luís Mourão
1.12.10 |
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Aquele momento em que, apesar de todos os teus esforços e truques, não consegues não saber o que sabes — o fim da tua vida como esse todo a que chamam vida, o começo dos teus restantes dias como resto e dia-a-dia.
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Luís Mourão
1.12.10 |
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O conhecimento que importa devolve-nos ao mundo como estrangeiros.
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Luís Mourão
1.12.10 |
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Há apenas um erro neste cd, que são duas canções em francês e uma em espanhol. Percebo a patine e os gostos pessoais, mas a voz de Carlos do Carmo não evita a sensação de estarmos a ouvir estrangeiro. No resto, impecável. Temos cancioneiro, temos até standards, Sassetti é irrepreensível e luminoso na exploração, Carlos do Carmo é afinal um crooner de alto quilate. Repito: temos cancioneiro, temos até standards. Malta do jazz, trabalho não falta.
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Luís Mourão
1.12.10 |
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Este blogue não é um diário, não é um jornal, não pretende ter ideias sobre as coisas, não se sente sequer obrigado a expôr as ideias que lhe calha ter. A que propósito vem isto? Vocês sabem o que eu quero dizer, e a verdade é que estou demasiado cansado para dizê-lo. Adiante.
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