Regressa um homem à pátria e dá com isto: o Camões a conversar com o Pina ali para os lados da Foz, com muitos gatos e ainda mais livros à mistura. Claro que a felicidade existe, a dúvida irrestrita também, e o mundo fica um pouco mais em forma de assim. Ou algo da mesma substância.
A vida com árvores # 12
Luís Mourão
10.5.11 |
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À varanda
dos teus ramos
o mar sólido
do céu.
Mal de oficina 4
Luís Mourão
9.5.11 |
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ESTRAGON: Não acontece nada, ninguém vem, ninguém vai, é horrível!
VLADIMIR (para Pozzo): Diga-lhe para ele pensar.
Encontro kunderiano
Luís Mourão
8.5.11 |
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Kundera tem a arte da fórmula justa para delimitar cada uma das suas incursões críticas. O reverso disso é que dificilmente a leitura pode ser delimitada por uma fórmula, por mais justa que seja. O que faz de Kundera um grande romancista é o combate das fórmulas justas dentro de um mesmo romance, isso que não deixa a um leitor um ponto de vista mas um problema. Como crítico, Kundera não tem outra ambição que a de se explicar como leitor particular, sendo que aqui a particularidade é a de alguém que lê na perspectiva do romancista: a questão da técnica, a questão dos temas, até a questão de autores e técnicas e temas como possibilidade de se tornarem personagens romanescos.
Duas notas ressaltam nestas incursões: a recusa do kitsch, a reivindicação da prosa do mundo. São questões centrais do Kundera romancista e são complementares: denunciar o efeito que apenas remete para si mesmo, desconstruir a mentira romântica, lidar com o mundo e a sua insustentável leveza.
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