Um parágrafo é quanto basta para traçar o arco entre um trauma originário e a sua transformação em maravilhoso. O tempo como arco conseguido não é o tempo em que suportamos a existência. A dor ou o apaziguamento têm isso em comum: terem de ser suportados na existência. Durarem. Sempre para além do razoável, mas sempre a caminho de serem outra coisa que os degrada e no-los rouba como experiência fundamental. Um parágrafo é a nossa vida enquanto escultura acabada, limpa do lixo que gerou e da oficina em que se fez. Uma mentira breve, a única verdade do tempo que podemos compreender.
Breleur/Kundera, adenda 2
Luís Mourão
9.4.11 |
0 Comments
|
This entry was posted on 9.4.11
You can follow any responses to this entry through
the RSS 2.0 feed.
You can leave a response,
or trackback from your own site.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário