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Aprender com os melhores. O segundo cd é dos encontros de Carlos Paredes com outros nomes ilustres. O último no alinhamento é com Charlie Haden. Longo encontro, um magnífico e superlativo desastre. Cada um a tentar sair do seu reduto, cada um a falhar para o seu lado. Paredes até roça a bossa nova, Haden roça aquela coisa esquisita e excitante a que lhe devia soar a guitarra portuguesa. Convém recordar Sartre: o jazz é para consumir no local, como as bananas. A imagem não é das melhores, mas a ideia percebe-se. Executou-se no local um gesto político corajoso. Hoje resta a música. Esta lição comovente de algumas fronteiras intransponíveis na figura dos seus maiores. Não há Paredes & Haden. Salvé grande Carlos Paredes. Ponto. Salvé grande Charlie Haden. Ponto. ( Sim, claro, é por isso: magnífico e superlativo desastre, a vida. What else?).

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