Não sou dado a acasos objectivos. Ainda que reconheça que faça sentido construí-los. Há sempre medo em nós, e há defesas que não são pura ilusão ou manobra evasiva. Não sou dado a acasos objectivos, mas aceito o sentido que me possam construir.
Li Dispersos de uma assentada, quando saiu. Nada acrescentam à Obra, não a desmerecem, completam milimetricamente um retrato sem que a alteração seja perceptível a olho nu. Traria duas frases aqui, a vida seguiria. Porém, as frases não chegaram aqui. Embora as circunstâncias de então expliquem tudo, o que veio depois explica ainda mais. Bem entendido, sem que eu queira ver nisso — no que veio depois — qualquer explicação.
Arrumadas mais umas coisas do escritório, Dispersos reapareceu. Fora do lugar. Tinha que estar fora do lugar para poder aparecer na hora própria.
Tinha-me esquecido completamente das anotações que fui fazendo durante a leitura. Afinal, não eram frases para trazer até aqui. Eram frases para transformar no caminho até aqui. Já transformadas nas anotações à margem. Um jogo de adensamento de ambiguidades, uma espécie de leitura críptica de alguns lugares auto-biográficos. Meus. Supostamente.
De alguma maneira, eu não deveria estranhar que o sentido dessas transformações possa agora contar o que veio depois. E de alguma maneira, não estranho.
Dispersos # 1
Luís Mourão
13.10.07 |
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This entry was posted on 13.10.07
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