Sem dúvida, há esses momentos em que tudo o que lemos e aprendemos parece não nos servir de nada para o que temos de enfrentar. Mas sendo momentos verdadeiros, a sua verdade não está inteira nesse nada saber. Porque depois, algum tempo depois, quando pensamos o que foram as nossas reacções, os nossos sentimentos, o modo de lidar, apercebemo-nos que tudo o que éramos e sabíamos se deslocou um pouco, se torceu um pouco, mas que nem a deslocação nem a torção seriam alguma vez possíveis sem o que éramos antes disso. Como aquele atleta que calculou o salto para cair no lugar do costume, mas no lugar do costume alguém pôs uma tábua com pregos, e ainda no ar se torce para cair um pouco ao lado, não em equilíbrio perfeito, não com aquela elegância de um corpo são em mente sana, mas com todos os sentidos despertos, vivos, sobreviventes, como se de repente o sentido de tudo o que treinou não fosse o saltar e o cair perfeito mas a possibilidade de escapar à súbita degradação do perfeito.
Os livros & outras coisas # 1
Luís Mourão
2.12.07 |
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