Um dia Ela escreveu: hoje vi esse filme pela quinta vez. Não é bem o filme que me interessa, mas o facto de que o poderia ter feito eu, sendo também a sua personagem. Tão estranho que aquilo que não parece ser a nossa vida seja a verdade mais simples da nossa vida. E que sejam outros a contá-la e a vivê-la.
Um dia Ele escreveu: sei que nada me poderá salvar de mim mesmo, e é bem provável que se por acaso isso me pudesse ser dado eu até recuasse de horror. Mas sei também que o que me move para o que quer que seja é apenas isso: a possibilidade remota, breve, imperceptível, de que alguém ou algo me desloque de mim próprio.
Nesses dias o mundo entre ambos foi mais estranho ao mundo de cada um. Dias descoincidentes. Como a vida, diriam depois, e já não precisavam de o dizer. Eles não se conheceram quando pela primeira vez se conheceram. É sempre assim, e contudo o conhecimento também não acontece depois. Só depois do fim.
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Como um tapete todo sujo # 5. Conhecimento
Luís Mourão
15.2.07 |
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