- A guerra, já o sabíamos, não é apenas o campo de batalha, as armas, as estratégias militares, o sacrifício.
- Imaginas que eu não sabia nada deste episódio, Luís? Mas assim percebe-se que há certas coisas que não são apenas de agora. Quer dizer, percebe-se que tal como agora, no Iraque, a guerra tem várias frentes, e apenas uma é militar. Não é só por causa dos media e da globalização, é porque é assim.
- E já viste esta necessidade de heróis? E como há uma retórica do não-herói que é outra forma de heroísmo? Parece que não temos saída, que a necessidade de ilusão nos está colada à consciência.
- Talvez. Mas de qualquer modo não era preciso tanto sublinhado. A voz off dá cabo do filme, Luís. O que até é estranho num homem que costuma ser seco e limpamente clássico.
- É a guerra. A de ontem e a de hoje. Não é a Portugal que chegam os aviões com os soldados americanos mortos no Iraque. O que o filme faz é falar ostensivamente desse heroísmo inútil, politicamente inútil. A urgência disso atropela alguma estética. Não é desculpa, mas os aviões continuam a chegar com os soldados mortos e o poder político já começou a mudar, é bom que não pare de mudar.
- Resta saber o que é que na política vai mudar com a mudança do poder...
- Pois...
Multiplex 24
Luís Mourão
4.2.07 |
0 Comments
|
This entry was posted on 4.2.07
You can follow any responses to this entry through
the RSS 2.0 feed.
You can leave a response,
or trackback from your own site.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário