O livro de Menéndez Salmón não vinha precedido de nenhuma aura particular, teve de ser a edição a criá-la. Havia uma cinta (já não a tenho, isso vai logo para o lixo) que dizia qualquer coisa de ter sido considerado o melhor romance publicado em Espanha em 2007. Ok. Positivo ou negativo, indiferente não.
Badana da capa. O rosto tem qualquer coisa de seco e determinado, pouca ou nenhuma pose: positivo. Licenciado em filosofia, 38 anos. Em conjugação com o rosto, talvez positivo.
Contra-capa. Corpo... horror... amor... nazismo... Mal... Interessa-me, mas pode estar do lado da “pornografia” e do chamariz comercial da coisa. Badana da contra-capa. Elogio de Vila-Matas em termos que me interessam: “Um romance duro, elegante, belíssimo. A epopeia glauca de uma anomalia.” Epopeia glauca de uma anomalia? Se for verdade, excelente.
Depois o lance típico da voz original que é original por se fundar na essência límpida do comum: “A Ofensa não nasce desse ‘costumbrismo’ sentimental e grosseiro que abunda no actual romance espanhol; nem tão pouco dessa narrativa pop e chispante que se julga altamente provocativa. Nada disso. A escrita de Menéndez Salmón surge de onde sempre surgiu a melhor literatura: da necessidade de responder às grandes perguntas sobre a vida e o mundo em que vivemos.” Certo, certo. Mas também se podia pôr ao “contrário” e arranjar aí motivo de elogio. Em todo o caso, não está mal como recomendação, sobretudo se lido como desenvolvimento das afirmações sucintas de Vila-Matas.
Epígrafe excelente. Ler aqui e ali: coisa enxuta, uma observação inteligente, promete. Cesto de compras.
Como se compra?
Luís Mourão
10.6.09 |
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