Fora os gatos e a poesia # 5

No que depender da boa vontade dum
filho da puta que não existe chamado
Deus
posso esquecer as tantas caras sem rosto aqui
neste inferno sem beira ou piscina de nome
subúrbio.
.........................................[Luis Maffei, Telefunken, p. 27
]

Enunciação de um deus remanescente ou das consequências bem menos remanescentes do capital — tanto dá. Somado tudo pelo inverso, para que haja algum resultado palpável, apura-se que o destino foi substituído pela benevolência de um tipo que não existe. Para dizer a verdade, eu já desconfiava. Mas a poesia, quando toca a evidência gelada, queima de forma mais definitiva.

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