Acho que foi Deleuze quem disse que Kafka tinha subtraído a letra K ao alfabeto, naquele sentido de que jamais qualquer K poderá significar para além de K., o “personagem”. Mas o além de K. ou de qualquer outro personagem desloca-se fruto do seu próprio movimento — o horizonte não é um lugar, mas aquilo que está à distância.
Há uma diferença substancial entre o K. de Kafka e o K. de João Camilo: o K. de Kafka nunca tem por horizonte as grandes avenidas que desembocam no mar. As teologias e as ontologias resolvem-se muitas vezes nestes pequenos pormenores empíricos silenciados.
Entretanto chegou Setembro e os dias já estão mais pequenos.
K. # adenda dois
Luís Mourão
3.9.08 |
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