Num hotel de luxo entra-se discretamente, deixa-se o embrulho (uma caixa?) à porta do quarto, desaparece-se. É um embrulho banal, sem remetente, sem destinatário, trazido por alguém que se esfumou. Existe à tua frente enquanto escreves. Um quarto de hotel de luxo é um desses lugares que te permite a liberdade de não precisares de tomar posse de nada. O embrulho existe à tua frente enquanto escreves sobre o que sabes como se escrevesses sobre o embrulho de que desconheces praticamente tudo. No fim, entregarás o embrulho nos perdidos e achados, mas anonimamente. A disciplina não consiste em escrever sempre, todos os dias algumas horas, mas em nunca abrir o embrulho.
Pequena teoria da literatura para uso doméstico # 8
Luís Mourão
7.10.08 |
0 Comments
|
This entry was posted on 7.10.08
You can follow any responses to this entry through
the RSS 2.0 feed.
You can leave a response,
or trackback from your own site.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário