Mais que o lugar onde se está, importa o lugar de onde a escrita brota. Não a paisagem que a escrita descreve ou circunscreve, quando há alguma, mas o lugar imaginário onde a escrita acontece.
Ramos Rosa no seu andar lisboeta — é sempre manhã algarvia, janela aberta para o mar, é aí que a escrita nasce.
Vergílio Ferreira no seu andar lisboeta — é sempre a interminável noite do mundo, sem geografia visível que não “a pequena brasa viva” do lume de um cigarro, é aí que a escrita nasce.
Um quarto de hotel de luxo — dizer isto é dizer quase nada. É preciso um ocupante, um nome, um imaginário. A paisagem onde a escrita acontece.
Pequena teoria da literatura para uso doméstico # 16
Luís Mourão
25.10.08 |
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