
As pessoas caminham no paredão. Levam pelo braço ou pelas costas a impossibilidade de se desfazerem de si mesmas. A felicidade das histórias e os escombros de alguns traumas. E sentam-se de costas para o mar, ávidas de conversa e outras gentes. Mas nas suas nucas há olhos para a lonjura. “O que ali está é a petrificação de uma antiga tarde / O que ali está diz-nos de alguém que está a olhar / o modo como tudo será pó; o tempo estarrecido / na sua própria luz;”
[Maria Andresen, Livro das passagens, p. 55]. Depois levantam-se e recolhem às suas casas. Os olhos da nuca não deixam de medir a lonjura. Diz-se que as pessoas não estão preparadas para morrer. Mas estão. Muito. Só que não sabem.
|
This entry was posted on 1.8.06
You can follow any responses to this entry through
the RSS 2.0 feed.
You can leave a response,
or trackback from your own site.
0 comentários:
Enviar um comentário