Na mais célebre cena de teatro português — a única que adquiriu um estatuto mítico — D. João de Portugal não é propriamente um espectro. Pode mesmo dizer-se que é a sua negação pois surge e manifesta-se aos vivos, para se desfazer de si mesmo como o espectro em que, simbolicamente, os que o julgavam ou precisavam de o saber morto, o tinham convertido. Mas quando sai de cena, depois de se ter revelado melancólica, irónica e cruelmente, como ninguém, D. João é já um autêntico espectro.
O real em band-aid barato, outra história conhecida
Luís Mourão
19.4.08 |
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Eduardo Lourenço, As saias de Elvira e outros ensaios, Gradiva, 2006, p. 77
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