Curioso como os mecanismos da superstição, por vezes, funcionam segundo uma linha estritamente lógica.
A equipa das mudanças tinha dois siberianos que arranhavam razoavelmente o português . Ambos disseram, quando aqui chegaram: ah, uma casa nova... é preciso atirar um gato preto lá para dentro, para dar sorte.
A coisa passou. Hoje de madrugada, da janela da cozinha: um gato preto em cima do pilar da entrada. O gato desceu para a relva e foi beber da pia. Deu umas voltas por ali, descansou, subiu de novo ao pilar, e quando passei ao escritório já tinha desaparecido.
Negociei rapidamente o sentido desta visita. É certo que o gato preto não entrou em casa. Mas é certo também que eu e a casa não somos tão exuberantes quanto os siberianos – talvez que esta visita contida e comedida seja suficiente para os mesmos efeitos. Na verdade convinha que fosse, porque estou a precisar de um pouco de sorte. O ponto é esse. E não deixa de ser um ponto lógico. E mesmo comedido.
O vazio de uma casa # 3
Luís Mourão
21.9.07 |
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