Este país, de facto, é um cemitério sem saída.
Manuel de Freitas, Juros de demora, Assírio & Alvim, p. 27
No nosso isolamento imposto, ainda podíamos dizer, como Ruy Belo: o meu país é o que o mar não quer. A imagem não era um comprovativo, apenas um lamento abstracto que admitia correcção futura. Agora, europeus por direito próprio e alguma prática, em especial a dos inquéritos sociológicos e psicológicos, ou seja, não podendo mais escapar à comparabilidade, somos um cemitério sem saída. E somo-lo "de facto". "De facto" é o que no verso diz a sua pertença à actualidade. Uma época em que sabemos que sabemos. É também por isso que a realidade já não aproveita muito à poesia.
Juros de demora # 4
Luís Mourão
22.6.07 |
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