Dormiu mal. Acordou muitas vezes e encontrou-a sempre ali. Respirando. Às vezes acordada também, interrogando-o em silêncio, consentindo. Tocavam-se, beijavam-se ao de leve, adormeciam de novo. Mas via perfeitamente o táxi que vinha buscá-la, a mala breve numa mão, o gesto discreto da outra. Haveria de dormir com a sensação forte de uma presença e dizer peremptório ao seu sonho que não havia lá ninguém. Só a luz que vinha de fora, da cidade em volta, e ruídos dispersos. Ficaria quieto, enovelado. Acordaria cansado.
Paisagens possíveis # 4
Luís Mourão
11.4.07 |
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