Havia uma fronteira, disse ela. Mas não queria falar sobre o assunto. Tu percebes, disse ainda. Nada os separava antes, excepto nunca terem pensado neles assim, daquele modo, um ao lado do outro, naquela penumbra. Nada os separava agora, a não ser que não sabiam bem que fazer quando saíssem dali. Ela, sobretudo, achava árduo recontar as histórias em direcção a algo comum. Temia o momento em que isso começasse a acontecer. Porque ia ter dificuldade em parar. E nunca nada de bom poderia nascer daquela necessidade de serem os dois em contiguidade. Havia uma fronteira, e não estava entre eles. Não estava naquela cama, na pele quente que procurava a pele quente. Não, não era isso. Mas agora não quero pensar, disse ela. Abraçou-o e escondeu-se no seu pescoço.
Paisagens possíveis # 7
Luís Mourão
16.4.07 |
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