Companhia nocturna # 4

Ouves um pouco o vento, a impressão de chuva, os cães muito ao longe? Tudo é música. Suspiras, e não sabes se é uma angústia difusa que já há muito perdeu o nome ou apenas excesso de atenção ao duello. Respondem-te ambos, sem nada saberem de ti. Não há outra compaixão mais alta nem humanidade mais perto que essa música, pensas por momentos. O suficiente para caminhares para o sono, o vento um pouco mais longe, a vaga impressão de chuva, os cães quase inaudíveis. Mesmo o duello é já só um sussurro entremeado à tua respiração. E o suspiro aquele acorde em que ambos se extinguem para que do silêncio nasça outra música.

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