D. Juan era um narciso, como todos os que ousam alguma coisa, mas sem coragem de se olhar a um espelho vivo. Seduzia e partia, e essa fuga, que os modernos interpretaram como perseguição da morte, era um pretexto como outro qualquer para evitar medir a sua importância junto das mulheres. A qualidade de uma entrega erótica ou da conversação que a rodeia não se mede tanto por elas mesmas mas pelas coisas mais interessantes que se poderiam estar a fazer em vez disso. D. Juan nunca se permitiu saber desse veredicto nos olhos das mulheres que conquistava. Nunca soube se a mulher que tinha nos braços deixara por ele um romance a meio, interrompera uma receita imaginosa e irónica, ou se simplesmente viera por tédio e despeito de coisa vaga.
esboço # 4 [D. Juan]
Luís Mourão
12.8.08 |
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