Como qualquer miúdo que tenha derrotado ao berlinde os tubarões do lugar, Cavaco empertigou-se e decidiu contar a todo o país o seu grande feito — que o Tribunal Constitucional lhe deu razão oito vezes oito. Mas o jogo do berlinde é coisa por demais palaciana, mesmo quando ganho oito vezes oito, e assim, para não correr o risco de o povo ignaro não lhe ligar pevide, preferiu tratar o povo como incauto, prometendo-lhe nebulosamente uma comunicação importante. Oito vezes oito é importante, eis o que disse Cavaco. Ao que acrescentou: eu sou importante e velo por manter a minha importância. Enquanto Presidente da República, claro. E foi tudo.
Alguns senhores comentaristas, que não gostaram que outros senhores comentaristas tivessem dito que a montanha tinha parido um rato e outros mimos, vieram-nos dizer que se a causa da vitória oito vezes oito tivesse sido a Madeira e não os Açores, tinha havido um enorme rebuliço ainda antes da vitória ter sido proclamada. Eu acho que esses senhores comentaristas têm toda a razão. Se há gajo danado para o rebuliço, é o Alberto João. E acho também que esses senhores comentaristas têm razão em mais algumas coisas: uma região autónoma que já teve Mota Amaral e agora tem Carlos César, que tem dívida externa controlada e não recebe reprimendas do tribunal de contas, é uma região autónoma que corre sérios riscos de passar por democrática. Em suma, um desaforo.
E aos costumes disse berlindes
Luís Mourão
1.8.08 |
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