É verdade que tudo aquilo nascera por tédio e falta de imaginação. Ela escolhera-o ao acaso, por estar mais perto naquele momento, sem sequer apresentar à sua consciência a desculpa de querer alargar o seu campo de experiência. Era uma mulher prática e lúcida acerca das suas limitações. Por isso não se perdoou que dali tivesse nascido uma paixão e um desejo que parecia resistir a todos os cálculos da razoabilidade. Era demasiado obscuro para ser confiável. Não se surpreendeu que lhe fosse tão difícil terminar. Mas também nisso era uma mulher prática. Sabia que, uma vez tudo acabado, poderia cobrar à sua consciência um luto razoável e até permissivo em outras maldades mais inocentes.
esboço # 5 [mulher prática]
Luís Mourão
12.8.08 |
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