Estar a estudar, janela fechada, luz acesa, serem quase sete da tarde, a luz declina no céu que hoje foi sendo cada vez mais cinzento. Esta palavra desequilibra a frase, mas o ensaísta não quer saber, responde-me de lá que o pensamento é mais rápido do que a palavra justa, ele continua à desfilada, levanto eu a cabeça a reconsiderar. O vento bate na laranjeira. Julgo ouvi-lo até perceber que é de cor, a janela está fechada, o vento não é forte, ouço distintamente o silêncio da casa. Apago a luz, abro a janela. O vento bate na laranjeira. Agora percebo. Não sei porque acontece, não quero sequer saber, mas percebo. Durante uns tempos, os que forem necessários, as variações golbberg serão substituídas pelas suites para violoncelo solo. O vento bate na laranjeira. É Outono. O vento. A laranjeira. O violoncelo.
Epifanias # 3 [saraband]
Luís Mourão
15.10.06 |
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