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Uma reacção política (Miguel Vale de Almeida):
"quando José Saramago propõe, do alto duma "autoridade" de intelectual público à século XX, um pacto de não agressão entre religiões (poderia ter dito "civilizações"), onde cabem no esquema dele as Koitas deste mundo? Em qual das "civilizações"? É evidente que o problema de Saramago é simétrico do problema de Huntington com o seu pueril "choque das civilizações". Ambos fazem um serviço aos Bush e bin Ladens deste mundo, verdadeiros arautos da ideia de "civilizações", suas fronteiras bem definidas e seu conflito até à vitória de uma das partes."
Uma reacção político-metafísica (João Paulo Sousa):
"defender que, sem religiões, «o mundo seria certamente mais pacífico», como Saramago fez recentemente, ou é ingenuidade ou outro tipo de fundamentalismo. O pretexto seria depressa substituído por outro, pois o que está em causa é a violência inerente ao ser humano, para a qual ele tem de encontrar uma justificação, uma aparência de sentido. E aí, como sabemos, também cabe o ateísmo."
Uma conclusão triste mas avisada (Luís M. Jorge):
"O caso fez-me recordar Maquiavel: não vale a pena evitarmos as guerras, porque elas chegam quer queiramos quer não."
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