- O insuportável não é homogéneo, nenhuma derrota é uma derrota inteira, há sempre espaço para se começar a falar disso a partir daquilo que no próprio acontecimento pode aparecer como a vitória sobre esse acontecimento.
- A operação de salvamento, Leitora?
- E não só, Luís. A espera bem-sucedida, exemplar de uma comunidade fraterna, multi-étnica. O que também serve como justificação do desejo de vingança final. Aquilo que encerra o acontecimento na lógica da guerra, e mostra a lógica da guerra como o do simples combate entre os maus e os bons.
- Portanto, ao lado da questão essencial.
- Em absoluto. Parece-me, aliás, que por enquanto a melhor maneira de falar do 11 de Setembro, pelo menos no cinema, tem sido a partir do “lado”. Aquela imagem das roupas e da cinza a cair, n’A guerra dos mundos, do Spielberg, e as longas metáforas dos dois Spike Lee, A última hora e O infiltrado.
- Principalmente aquele longo e impossível final de A última hora. Não a vingança, mas a regeneração. Como se a América ainda pudesse ser o território da prova e do renascimento.
- E pode, Luís. E é. Como qualquer outro lugar do mundo.
Multiplex 18
Luís Mourão
8.10.06 |
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