É um salto imenso na discografia de Patricia Barber. Todas as composições (letra e música) são de sua autoria, e a partir do piano lidera com segurança um quarteto que arrisca passar descomplexadamente por vários campos: rock, fusão, pop refinada e jazz mainstream, mantendo-se sempre nas margens que são as suas. Aquilo que noutros me faria fugir, agarra-me aqui a cada audição: há uma lógica interna que se impõe, muito oficinal, é certo, mas que voa. Resta saber como funcionará em concerto, quer dizer, se este quarteto é já orgânico, ou se isto deve muito a ourivesaria de estúdio. Para o valor da música é indiferente, mas para o jazz que tem corpo é decisivo — e Patricia Barber é das poucas cantoras da actualidade que tem corpo de música e recusa o corpo de capa. E isto nada tem que ver com o físico desse corpo, mas com a fisicalidade com que a voz emana: amparado ao registo reconhecível em quase todas, emergindo de uma zona indecisa entre o dizeur e o encontrar a música intrínseca de cada sílaba em Patricia Barber. O que torna o risco de falhar mais alto, sobretudo ao vivo. Encontro marcado em Braga, a 11 de Novembro.
Novas mitologias
Luís Mourão
23.10.06 |
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