Farrapos — histórias pensamentos dúvidas divagações quotidianos — farrapos.
Gosto de farrapos. Há uma coerência subjacente à nossa vida, mas é apenas a superfície das águas ou o espelho em que nos revemos para assinalar um lugar e um nome. Deixamos isso muito por conta da burocracia: bilhete de identidade, talões de compra, escrituras, o que for. Depois há o incerto, o enviesado, o demasiado perto e desfocado, o demasiado longe e tremeluzente, nós indo — farrapos.
É nos farrapos que melhor se vê as diferenças abissais entre histórias (uma coisa), pensamentos (outra coisa), dúvidas (outra coisa ainda), divagações (mais outra coisa), quotidianos (nunca a última coisa). Todos os dias saltamos abismos, é o modo natural de existir. E também isto: histórias pensamentos dúvidas divagações quotidianos — são ainda outra coisa quando os vemos segundo o modo dos farrapos.
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