Sim, já tudo foi dito sobre homens velhos e mulheres novas. Ou postas as coisas noutros termos, sobre homens para lá do prazo de validade e mulheres que começam a desconfiar da sua segurança sexual, ainda que a exerçam imperialmente. Acrescente-se isto ao rol:
“Ao observá-la, senti pregar-se-me uma dor, uma dor metafísica que não fiz nada para conter. E de uma maneira intuitiva ela sabia disso, sabia que havia no velho sentado na cadeira de plástico ao canto qualquer coisa de pessoal a passar-se, qualquer coisa que tinha que ver com a idade e a mágoa e as lágrimas das coisas.” (p. 14)
É este o “momento”: quando o que se ergue num homem não é o seu corpo, mas o tempo que desse corpo se afasta; quando o que recebe numa mulher não é o seu corpo, mas o tempo que nele começa a assentar.
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