... se me permitem, não quero intrometer-me, mas não pude deixar de ouvir, e aliás de concordar inteiramente, a duzentos por cento, se posso dizê-lo, e então quanto à dureza da coisa, realmente, liberdade a quanto obrigas, e obrigas a tanto, mas assente isso, essa dureza que nos obriga a defender por princípio de liberdade de expressão revistas como a Hustler, ocorreu-me que poderia ter acontecido esta coisa improvável da Isabella ter entrado para a Hustler, a Isabella, lembram-se?, aquela freira que deixou de ser freira e queria ser pornógrafa, essa mesma, a personagem de Amateur, e escreveu e escreveu e escreveu, e agora imaginemos que era o Harry Flint a analisar a prosa, ele poderia ter-lhe dito exatamente a mesma coisa que lhe diz o editor no filme: “Isto não é pornografia, é poesia. E nem te atrevas a negá-lo!”, e pronto, o Harry Flint não publicava a Isabella, decisão redactorial, homegeneizar a pornografia sem qualquer interferência da poesia, a Isabella que fosse poetar para outro lado, que os há, que os há, mas aquele era o lado do Harry Flint, a sua liberdade de expressão, a sua linha de liberdade de expressão, o diabo a quatro, a dureza a quatrocentos por cento, ...
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This entry was posted on 8.9.09
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