E isso da casa, como vai? Não estavas a mudar? Passaste o verão com psicopatologias quotidianas com vendedores e visitas e gadgets vários dos novíssimos habitats, é por isso que pergunto. Assustou-te o Walser? Não queres uma casa assim? Mas confessa lá, aquela do rodapé é bem vista, hem? E os pequenos contratempos, muito realista, não? Ai estás a passar por isso agora? Que interessante. E foi por isso? Não? Coincidência? Mas há disso? Quero dizer, na perspectiva do triunfo da racionalidade absoluta, há aí lugar para as coincidências? Espera, já sei o que vais dizer, espera um pouco. Mesmo que não haja racionalidade absoluta, mesmo que isso seja apenas uma forma discursiva de contornar medos demasiado humanos, mesmo que tudo o que haja seja racionalidades — há aí lugar para as coincidências? Não era isso que ias dizer? Diz lá então. Espera aí, deixa ver se entendo: o ponto de partida é irrelevante, e os motivos desse ponto de partido ainda mais irrelevantes, o que importa é o que se vai dizendo a propósito. É isso? Não será demasiado defensivo, defensivo de uma outra maneira? Não? É propriamente natural e caótico? Achas? Ah, como um pequeno efeito de enormes consequências. Estou a ver. Consequências lógicas e encadeadas, e contudo há uma enorme desproporção, uma tão grande desproporção que consequências é definitivamente um termo desadequado. Hum... Estás cansado? Sim, das outras coisas, percebo muito bem. Claro, fiquemos por aqui. Sem dúvida. Tens toda a razão. Não há nenhuma necessidade de entrar em pormenores.
O Senhor Walser # 14. Post-scriptum.
Luís Mourão
26.1.07 |
0 Comments
|
This entry was posted on 26.1.07
You can follow any responses to this entry through
the RSS 2.0 feed.
You can leave a response,
or trackback from your own site.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário