Psicopatologia da vida quotidiana # 21
Luís Mourão
30.1.07 |
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“Se perguntasse ao Pollini: «Signore Pollini, como é que acha o senhor Benedetti-Michelangeli?», ele ou lhe dava uma bofetada ou achava isso simplesmente revoltante. É uma pergunta a que não se pode responder.
Só quando são muito velhos, assim como Rubinstein, é que dizem, é tudo uma merda, excepto aquilo que eu faço. E eu estou também inteiramente convencido, porque ele é absolutamente o melhor. E pode, nesse caso, dizer isso à vontade. E quando ele faz três vezes uma coisa assim, é por demais evidente que ainda mete no bolso todos os jovens e é melhor. Só que ele morre e vem outro que é tão bom como ele.” (Kurt Hofmann, Em conversa com Thomas Bernhard, Assírio e Alvim, 2006, p. 89).
Só quando ele morre, senhor Bernhard, é que vem um tão bom como ele? Que mundo tão económico, este, tão pouco esbanjador de talentos, tão ordenado à perfeição constante. Quem diria?.. E se a pergunta fosse mesmo para responder, para dizer a capacidade de admiração de que se é capaz? Estou aqui, estou a pensar que o senhor Bernhard frequentou demasiado tempo um daqueles órgãos exclusivamente constituídos por professores doutores por extenso... Pronto, pronto, eu sei que não e que a comparação é ofensiva. Mas de vez em quando saem-lhe umas frases estranhas, hem Senhor Bernhard?
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