Via mail, Filipe Guerra diz-me que foi verificar no original as passagens que citei de Primeiro Amor — o literalmente está lá mesmo. Também me parecia que devia estar. Digamos que Turguénev tinha coisas mais altas com que se preocupar. Ou melhor, literalmente, tinha mesmo coisas mais altas com que se preocupar. Coisas que exigiam narrar a toda a velocidade. Tal como em Dostoievski. Mas já não como em Tchékhov — que por isso mesmo é outro cuidado estilístico. Esconder com graciosidade que nada há para contar exige um certo tipo de arte — em suma, nada literal. Porque a questão é que, onde há livro, tem de haver acontecimento, nem que seja sob a forma do seu simulacro ou do buraco negro da sua ausência — é o imperativo da res extensa. Nao há como fugir-lhe. Literalmente.
Literalmente # 3
Luís Mourão
28.7.08 |
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