Como me tinham avisado, Forgetting Sarah Marshall não é tão estúpido quanto o inenarrável título português que lhe foi atribuído, “Um belo par de... patins “. Bom, a dor de cabeça passou, já não foi mau.
E fica uma sequência, essa em que Mila Kunis é toda ela a personagem que age empaticamente para com a dor de corno de um homem que desconhece. De súbito, o sorriso e a pose profissional da recepcionista de um hotel havaiano dobra-se desse olhar doce de que um humano é capaz perante a derrota de outro humano. Certo, esse olhar doce carrega boa parte da trama (boy encontra girl compreensiva, girl compreensiva já soube o que era a derrota, etc), e o filme não faz (nem podia fazer) qualquer esforço para se desviar disso. Never mind. Naqueles segundos, únicos em todo o filme, podemos amar uma personagem e sentirmo-nos vagamente confortados em todas as nossas derrotas.
Multiplex # 44
Luís Mourão
14.7.08 |
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