— Para onde foi o nosso escritor Terrence Malick?
— Perdeu-se na voz off, pela certa.
— Para onde foi a metafísica da paisagem do nosso Terrence Malick?
— Perdeu-se na linha de água.
— E pode-se devolvê-lo a Heidegger, ao menos a Heidegger, e tirá-lo da new age?
— A Heidegger, Luís? Não alcanço a referência.
— Nos inícios do seu mundo, o Malick andava a fazer uma tese sobre o Heidegger. Depois zangou-se com o orientador, abandonou a tese e começou a fazer cinema.
— Hum... Se eu me zangar consigo e abandonar a tese, acha que me poderei dedicar ao cinema?
— Não estamos nos states, my dear. Não quanto ao poder zangar-se, mas quanto ao ser viável fazer cinema.
— Mais fácil fazer uma tese, sem dúvida. Mas é pena.
— Acredito que sim. Eu também não me importava de me zangar comigo mesmo, abandonar a academia e ir fazer cinema.
— E com estes sonhos vãos, já acabamos com o New World.
— Mas não com o Malick.
— Claro, Luís, nunca com o Malick. Com um autor é sempre assim: as obras menores são um balanço para a grande obra a vir.
— Que os deuses e os espíritos e tudo quanto haja por aí a ouçam, Leitora.
Multiplex 10
Luís Mourão
19.5.06 |
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