- Vale por Isabelle Huppert, Leitora.
- E aquela coisa política, baseada inequivocamente num caso real, das luvas que se pagam pelos grandes contratos internacionais?
- Hum... Nada de novo. E nada de novo também na figura da juíza “justiceira”, da promoção como forma de desviá-la do processo, no enrodilhar dessa obsessão pelo trabalho com o desfazer do seu casamento.
- Nada de novo no cinema de Chabrol, é isso?
- Mas o cinismo continua a ser inteligente. Até o seu tanto incoveniente.
- Incoveniente?!
- Para os bens pensantes, claro. Está tudo no cartaz, por falar nisso. As luvas vermelhas dela são gémeas do vermelho do conceito l' ivresse du pouvoir.
- Pois, dois poderes, a mesma embriaguês.
- E isso tudo está em Isabelle Huppert: a frieza, o cinismo, a inteligência, alguma coisa de perdido que não é a inocência nem a ternura, mas aquela capacidade de viver apesar disto tudo.
- Que é difícil, valha a verdade.
- Sim, é difícil. Mas que nos resta para além disso?
Multiplex 15
Luís Mourão
3.7.06 |
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