Como viver, perguntou-me numa carta alguém
a quem eu tencionava perguntar
a mesma coisa.
Uma vez mais e como sempre,
como se vê no que acabei de dizer,
não há perguntas mais urgentes
que as ingénuas. [Szymborska]
Isto era no tempo das cartas. Mas as perguntas não mudaram, agora que estamos no tempo dos mails e dos sms. Continuam a ser ingénuas, e têm a grande vantagem de ser breves, o que se adapta bem à velocidade da leitura, e corre ainda mais depressa do que a maior velocidade de transmissão. E contudo, alguma coisa mudou. Há quem diga que é o estado adulto, ou simples estratégia de contorno e sobrevivência. Eu acho que estamos fartos de saber, e não há já ninguém que mereça que se pergunte de novo. Disseram-me que isso era a mesma coisa que eles diziam. Eu acho que não. Mas o mais provável é estar mais uma vez errado.
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