Acrescentos ao post anterior, motivados por alguns mails com perguntas e comentários.
1. Não vejo má-fé no Ministro, nem entendo que o politécnico seja o alvo a abater. Vejo é excessivo cuidado no tomar de medidas que têm que ter alguma radicalidade. Compreendo o cuidado, embora veja e sinta alguns dos seus efeitos perversos. Urge definir a Rede do Ensino Superior Público. Do lado do bem público, é-me indiferente que fechem ou se mantenham estes ou aqueles politécnicos, só porque eu lá estou ou não. Quero é uma ideia para a Rede, discuti-la, e vê-la evitar o desperdício que têm sido estes últimos anos.
2. Não penso que o Ministro feche e abra cursos conforme lhe apeteça. Acho é que o Ministro, naturalmente, está enredado na própria complexidade de um sistema de ensino superior bi-céfalo mal definido. A tutela não pode defini-lo sem praticamente reconstruir o sistema de alto a baixo. O CRUP e o CCISP não exigiram de facto a definição da rede, nem quanto aos estabelecimentos de ensino nem quanto aos cursos, porque estão demasiado habituados a conseguir “vitórias parciais” conforme a sua proximidade às equipas ministeriais. Regras claras delimitariam com rigor o campo de cada um, mas inevitavelmente diminuiriam também a ambição que neste momento os anima, quer na guerra entre sub-sistemas, quer na guerra dentro de cada sub-sistema. Essa ambição é quase total: cada um quer canibalizar o outro. Efeitos perversos da autonomia: o bem público secundarizado por estratégias de mera sobrevivência ou de conquista de espaço de expansão.
3. O curso em causa era um curso de "Estudos Artísticos e Culturais", destinado a criar programadores e gestores culturais cujo campo de actuação seriam as instituições públicas e privadas ligadas à cultura (câmaras, associações, galerias, teatros, etc). Isto num distrito que, segundo relatórios internacionais [Estudos Estratéxicos do Eixo Atlântico, Libro II, p. 79], tem infra-estruturas culturais largamente desaproveitadas por falta de recursos humanos qualificados que as possam potenciar [convém sempre ter a caução de relatórios internacionais para confirmar aquilo que a olho nu é de uma evidência meridiana].
4. A vertente profissionalizante do curso era óbvia, e estava protocolada com as instituições do distrito.
5. Na rede pública, temos de descer até Coimbra para encontrar um curso análogo.
6. Do ponto de vista técnico, não houve reparos nem ao curriculum proposto nem à qualidade do corpo docente que o ministraria. A decisão foi política. O mais está no post anterior.
7. Bach é grande. Convém não esquecê-lo, para encontrar a justa perspectiva para o resto.
2. Não penso que o Ministro feche e abra cursos conforme lhe apeteça. Acho é que o Ministro, naturalmente, está enredado na própria complexidade de um sistema de ensino superior bi-céfalo mal definido. A tutela não pode defini-lo sem praticamente reconstruir o sistema de alto a baixo. O CRUP e o CCISP não exigiram de facto a definição da rede, nem quanto aos estabelecimentos de ensino nem quanto aos cursos, porque estão demasiado habituados a conseguir “vitórias parciais” conforme a sua proximidade às equipas ministeriais. Regras claras delimitariam com rigor o campo de cada um, mas inevitavelmente diminuiriam também a ambição que neste momento os anima, quer na guerra entre sub-sistemas, quer na guerra dentro de cada sub-sistema. Essa ambição é quase total: cada um quer canibalizar o outro. Efeitos perversos da autonomia: o bem público secundarizado por estratégias de mera sobrevivência ou de conquista de espaço de expansão.
3. O curso em causa era um curso de "Estudos Artísticos e Culturais", destinado a criar programadores e gestores culturais cujo campo de actuação seriam as instituições públicas e privadas ligadas à cultura (câmaras, associações, galerias, teatros, etc). Isto num distrito que, segundo relatórios internacionais [Estudos Estratéxicos do Eixo Atlântico, Libro II, p. 79], tem infra-estruturas culturais largamente desaproveitadas por falta de recursos humanos qualificados que as possam potenciar [convém sempre ter a caução de relatórios internacionais para confirmar aquilo que a olho nu é de uma evidência meridiana].
4. A vertente profissionalizante do curso era óbvia, e estava protocolada com as instituições do distrito.
5. Na rede pública, temos de descer até Coimbra para encontrar um curso análogo.
6. Do ponto de vista técnico, não houve reparos nem ao curriculum proposto nem à qualidade do corpo docente que o ministraria. A decisão foi política. O mais está no post anterior.
7. Bach é grande. Convém não esquecê-lo, para encontrar a justa perspectiva para o resto.
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