Como com vários outros casos, conheci o nome de Piergiorgio Welby através da Laura (Ferreira dos Santos), que vem preparando um livro sobre suicídio assistido e eutanásia.
Welby estava há anos ligado a um ventilador, consciente, comunicando através do auxílio de um computador. Pediu que o suporte de vida lhe fosse retirado, na prática uma interrupção de tratamento que lhe acarretaria a morte. Os tribunais italianos não se sentiram competentes para decidir, remetendo o caso para os políticos. Os políticos italianos não decidiram. Um médico anestesista veio ao encontro do pedido de Welby para parar o tratamento, e providenciou a sedação que evitasse uma morte horrível após a retirada do ventilador. Se for considerado culpado de eutanásia, incorre numa pena de três a quinze anos, de acordo com a lei italiana.
Welby não era crente. Segundo a notícia de um jornal italiano, a sua mulher é católica. Welby confiou à sua mulher que determinasse o tipo de cerimónias fúnebres para o seu enterro. A mulher pediu cerimónias religiosas, negadas pelas autoridades eclesiásticas de Roma. O seu enterro, no dia 24 de Dezembro, corolário de um caso que tem apaixonado a opinião pública italiana, transformou-se num momento forte de reivindicação do direito a morrer de acordo com as convicções próprias de cada um.
Piergiorgio Welby # 1: o caso
Luís Mourão
25.12.06 |
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