Tentemos de outro modo. Suponha um beijo. Sim, um beijo. Já beijou, certo? Ora aí está. Um beijo. Suponha alguns momentos antes do beijo, suponha até aqueles momentos em que ainda não é previsível que venha a existir o beijo. Vê perfeitamente o rosto, a pessoa toda, o rosto de novo. Repare agora, que se iniciou o movimento de aproximação do beijo. Vamos fazer ao ralenti para se perceber melhor. Vê a lenta desfocagem do rosto à medida que se aproxima para o beijo? O modo como se vai transformando numa paisagem desconhecida? E agora que o beijo começou, percebe como essa paisagem desconhecida se torna paisagem sensitiva, como o movimento dos lábios é uma mistura de cores, e o aflorar da língua dissolve essas cores em direcção a outras? Agora imagine que queria pintar isso. Essa paisagem desconhecida tornada sensitiva porque você abandonou o lugar de espectador.
Isto? # 3
Luís Mourão
22.5.07 |
0 Comments
|
This entry was posted on 22.5.07
You can follow any responses to this entry through
the RSS 2.0 feed.
You can leave a response,
or trackback from your own site.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário