Carbono 14 # variação a preto e branco

Miguel Palma, Carbono 14 (1998), em preto e branco por defeito do scanner

Como se um comentário a Finisterra, de Carlos de Oliveira. Comentário? Digamos que sim, para se poder dizer alguma coisa. Não é a maquete, embora a miniaturização obsessiva se possa aproximar. Não é o arado, estranho motor da história: alarga o tempo, repõe o tempo, paisagem já sem povoamento, ou com povoamento ido, soterrado. Não são as várias camadas de uma história que se torna natural porque evacuou os seus agentes. Que é então? Em que consiste o comentário? Num erro de fotografia que de súbito torna visível o que é da dimensão espectral. A partir daí, o resto torna-se pertinente: a miniaturização como cultura sem condição de sentido, uma paisagem seca de povoamento, a natureza na sua vitória mortal sobre a cultura. E contudo. E contudo? Sim, só isso. E contudo.

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