Multiplex 33

Quentin Tarantino, Death proof

- Tudo junto, se não fosse Tarantino não teria metade da importância que realmente não tem.
- Ora desdobra lá isso em argumentos...
- Reciclar, imitar, parodiar, fazer regressar géneros mortos, well... há por aí uns géneros que são cadáveres adiados que procriam que já só vivem disso, com grandes achados irónicos, com argumentos sofisticados como aqueles puzzles gigantes, com grandes cenas de cinema e muito sangue na guelra, e no entanto...
- Percebo. Pode soar a moralismo ou elitismo, mas é mesmo talento desperdiçado.
- Justamente. E se aqui o killer encontra umas miúdas à altura e o desfecho é o inverso, a questão não está na emancipação das miúdas ou qualquer coisa que o valha, mas apenas em o desfecho ser precisamente o inverso.
- É até uma inversão estrutural preguiçosa e maximamente previsível.
- Interessante é se ele se tivesse esquecido a meio da perseguição dos carros e acabasse de uma forma qualquer que pertencesse a outro género, ou de como um género pode abrir para o seu oposto.
- Lá se ia a bilheteira...
- Pois, nunca esquecer a bilheteira.
- Mas gostei dos diálogos das miúdas. Sobretudo do segundo grupo de miúdas. Aí, Tarantino continua a dar cartas: não está lá nada e está lá tudo.
- Eu também gostei. Mas às tantas aquilo parecia “O sexo e a cidade”! (risos)
- E não dizes isso como defeito... (risos).
- Nem pensar. A parte final da perseguição dos carros é que foi uma seca...
- Inenarrável.
- Vai ser melhor em dvd.
- Vai?..
- Podemos saltar as partes chatas e ficar só com os diálogos. (risos)

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