Cão existencial 2

Por onde andaste? Por momentos até pensei... Sei que não é o teu género, mas juro que por momentos, sei lá...
Ora, o que para aí vai. Mas sensibiliza-me a tua preocupação.
Está bem, mas afinal por onde andaste? Se é que se pode saber, claro.
Pode, tudo se pode saber.
Lá estás tu a desviar.
Nada disso. Estou-te grato pela pergunta, o mundo é tão grande e nós tão pouca coisa nele.
Vês? Desvio.
E também estou muito grato ao Groucho. Oh, a Germaine Greer, anarquista e feminista, que mulher espantosa.
Sim, foi um gesto nobre.
Solidário.
Solidário, sem dúvida. Mas afinal por onde andaste?
Para dizer a verdade, andei com a Germaine Greer. Aí tens. Aceitei a oferta, quer dizer, segui o conselho.
Conselho?
Foi assim que li. Fim de semana com a Germaine Greer que me cabe. É pós-anarquista e pós-feminista, sabias?
E o cão existencial?
Recomeça de uma forma pós-filosófica.
E como é isso?
Assim: se te queres matar porque não te queres matar?
Hum... E a aspirina?
Já tomei. E não me perguntes por deus.
Não ia perguntar. Só pela Leitora.
Regressa de férias um dia destes.
É bom que sim, já estou cansado de ser a tua consciência. És um gajo pesado e chato, já te tinham dito?
Todos os dias mo lembras.

0 comentários: